Endocardite infecciosa: uma revisão narrativa

Autores

  • Claudio Tinoco Mesquita Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Davi Shunji Yahiro Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Natali Souza da Silva Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Brenda Ficheira Coelho Ribeiro Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Julia Sales Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Mario Arthur Laranja Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Evandro Tinoco Mesquita Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFF

Palavras-chave:

Endocardite infecciosa, Diagnóstico, Tratamento

Resumo

A endocardite infecciosa, uma infecção grave do endocárdio, que é a camada interna do coração, pode ser causada por bactérias, fungos e outros microrganismos, e ocorre quando esses agentes invadem o coração, geralmente através da corrente sanguínea. A epidemiologia da endocardite infecciosa varia, com maior incidência em pacientes com fatores de risco, como doenças cardíacas preexistentes, próteses cardíacas e dispositivos implantáveis, uso de drogas ilícitas intravenosas e procedimentos invasivos. Os sinais e sintomas da endocardite infecciosa podem variar, dependendo da agudeza da infecção. Manifestações clínicas agudas podem incluir febre alta, calafrios, sudorese, dor no peito, fadiga e alterações no estado mental. Já as manifestações subagudas podem ser mais sutis, com febre intermitente, perda de peso, anemia e pequenas manchas na pele chamadas de petéquias. O diagnóstico de endocardite infecciosa é baseado em critérios clínicos, exames laboratoriais e exames de imagem. Os critérios de Duke, que levam em consideração os sinais e sintomas clínicos, resultados de exames laboratoriais e achados de imagem, são fundamentais para o diagnóstico. Outras ferramentas diagnósticas podem incluir ecocardiografia, hemoculturas e exames de imagem adicionais, como o SPECT-CT. O tratamento, muitas vezes, inicia-se de forma empírica e, estabelecida a etiologia, é modificado, a fim de se tornar mais específico ao patógeno. Em alguns casos, recorre-se ao tratamento cirúrgico para remover o tecido infectado ou reparar as válvulas cardíacas danificadas. O tratamento é individualizado, levando em consideração a gravidade da infecção, o agente causador e as condições clínicas de cada paciente. Em conclusão, a endocardite infecciosa é uma infecção grave do coração que pode ser causada por diversos agentes infecciosos. O diagnóstico é baseado em critérios clínicos e exames complementares, e o tratamento é complexo, envolvendo terapia antimicrobiana, tratamento cirúrgico e outras abordagens terapêuticas. É importante estar ciente dos fatores de risco, sinais e sintomas, bem como das opções de diagnóstico e tratamento dessa condição, a fim de promover um manejo adequado e melhorar os desfechos clínicos dos pacientes afetados pela endocardite infecciosa.

Biografia do Autor

Claudio Tinoco Mesquita, Universidade Federal Fluminense - UFF

Health, Sciences & Education Lab

Departamento de Radiologia da Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ)

Hospital Pró-Cardíaco, serviço de Medicina Nuclear

Davi Shunji Yahiro, Universidade Federal Fluminense - UFF

Health, Sciences & Education Lab

Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ)

Natali Souza da Silva, Universidade Federal Fluminense - UFF

Health, Sciences & Education Lab

Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ)

Brenda Ficheira Coelho Ribeiro, Universidade Federal Fluminense - UFF

Health, Sciences & Education Lab

 

Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ)

Julia Sales, Universidade Federal Fluminense - UFF

Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ)

Mario Arthur Laranja, Universidade Federal Fluminense - UFF

Health, Sciences & Education Lab

   

Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ)

Evandro Tinoco Mesquita, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFF

Departamento de Medicina Clínica. Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares - Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ)

Referências

Holland TL, Baddour LM, Bayer AS, Hoen B, Miro JM, Fowler VG Jr. Infective endocarditis. Nat Rev Dis Primers. 2016 Sep 1;2:16059. doi: 10.1038/nrdp.2016.59. PMID: 27582414; PMCID: PMC5240923.

Sousa C, Pinto FJ. Endocardite Infecciosa: Ainda mais Desafios que Certezas. Arq Bras Cardiol [Internet]. 2022 May;118 (Arq. Bras. Cardiol., 2022 118(5)):976–88. Available from: https://doi.org/10.36660/abc.20200798

Habib, Gilbert et al. “2015 ESC Guidelines for the management of infective endocarditis: The Task Force for the Management of Infective Endocarditis of the European Society of Cardiology (ESC). Endorsed by: European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS), the European Association of Nuclear Medicine (EANM).” European heart journal vol. 36,44 (2015): 3075-3128.

Werdan K, Dietz S, Löffler B, Niemann S, Bushnaq H, Silber RE, Peters G, Müller-Werdan U. Mechanisms of infective endocarditis: pathogen-host interaction and risk states. Nat Rev Cardiol. 2014 Jan;11(1):35-50. doi: 10.1038/nrcardio.2013.174. Epub 2013 Nov 19. PMID: 24247105.

Pant S, Patel NJ, Deshmukh A, Golwala H, Patel N, Badheka A, et al. Trends in Infective Endocarditis Incidence, Microbiology, and Valve Replacement in the United States From 2000 to 2011. Journal of the American College of Cardiology. 2015 May;65(19):2070-6.

Chen E, Smith BJ, Marschalk N, Shah N. Epidemiology and pathophysiology of infective endocarditis. Kilic A, editor. Infective Endocarditis. Philadelphia: Elsevier; 2022 p. 1-23.

Quadros D, Fried H, Cesário P. A endocardite infecciosa e o tratamento periodontal em pacientes de risco. Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, v. 66, n. 2, p.197-201, jul./dez. 2009.

Müller N, Breuer J, Adler K, & Freudenthal NJ. (2021). "Body modification: piercing and tattooing in congenital heart disease patients", decoration or disaster?-a narrative review. Cardiovascular diagnosis and therapy, 11(6), 1395–1402. https://doi.org/10.21037/cdt-21-458

Rajani R, Klein JL. Infective endocarditis: A contemporary update. Clin Med (Lond). 2020 Jan;20(1):31-35. doi: 10.7861/clinmed.cme.20.1.1. PMID: 31941729; PMCID: PMC6964163.

Long B, Koyfman A. Infectious endocarditis: An update for emergency clinicians. Am J Emerg Med. 2018 Sep;36(9):1686-1692. doi: 10.1016/j.ajem.2018.06.074. Epub 2018 Jul 2. PMID: 30001813.

Ivanovic B, Trifunovic D, Matic S, Petrovic J, Sacic D, Tadic M. Prosthetic valve endocarditis – A trouble or a challenge? J Cardiol [Internet]. 2019;73(2):126–33. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.jjcc.2018.08.007

Mastrocola LE, Amorim BJ, Vitola JV, Brandão SCS, Grossman GB, Lima, RSL, Lopes RW, Chalela WA, Carreira LCTF, Araújo JRN, Mesquita CT, & Meneghetti JC. (2020). Update of the Brazilian Guideline on Nuclear Cardiology - 2020. Arquivos brasileiros de cardiologia, 114(2), 325–429. https://doi.org/10.36660/abc.20200087

Thomas J. Cahill, Larry M. Baddour, Gilbert Habib, Bruno Hoen, Erwan Salaun, Gosta B. Pettersson, Hans Joachim Schäfers, Bernard D. Prendergast, Challenges in Infective Endocarditis, Journal of the American College of Cardiology, Volume 69, Issue 3, 2017, Pages 325-344, ISSN 0735-1097, https://doi.org/10.1016/j.jacc.2016.10.066.

Al-Omari A, Cameron DW, Lee C, Corrales-Medina VF. Oral antibiotic therapy for the treatment of infective endocarditis: a systematic review. BMC Infect Dis. 2014 Mar 13;14:140. doi: 10.1186/1471-2334-14-140. PMID: 24624933; PMCID: PMC4007569.

Demonchy E, Dellamonica P, Roger PM, Bernard E, Cua E, Pulcini C. Audit of antibiotic therapy used in 66 cases of endocarditis. Med Mal Infect. 2011 Nov;41(11):602-7. doi: 10.1016/j.medmal.2011.08.003. Epub 2011 Sep 15. PMID: 21924571.

Leone S, Noviello S, Esposito S. Combination antibiotic therapy for the treatment of infective endocarditis due to enterococci. Infection. 2016 Jun;44(3):273-81. doi: 10.1007/s15010-015-0836-0. Epub 2015 Sep 1. PMID: 26324294.

Xu S, Li Z, Huang Q, Geng X, Sun L. [Surgical treatment of infective endocarditis]. Zhonghua Wai Ke Za Zhi. 1998 Aug;36(8):464-5. Chinese. PMID: 11825440.

Weymann A, Borst T, Popov AF, Sabashnikov A, Bowles C, Schmack B, Veres G, Chaimow N, Simon AR, Karck M, Szabo G. Surgical treatment of infective endocarditis in active intravenous drug users: a justified procedure? J Cardiothorac Surg. 2014 Mar 24;9:58. doi: 10.1186/1749-8090-9-58. PMID: 24661344; PMCID: PMC3994393.

Downloads

Publicado

2023-07-31

Edição

Seção

Artigos de revisão