Câncer de mama em pacientes jovens

Autores

Palavras-chave:

Câncer de mama, subtipos moleculares, mulher jovem, incidência, rastreio

Resumo

O câncer de mama é a malignidade mais comum entre as mulheres, e quando se discute este diagnóstico numa idade precoce, isso representa um impacto gigante na sua imagem corporal, qualidade de vida, potenciais anos de vida perdidos, gravidez futura, relação conjugal, cuidados com os filhos, sexualidade, estabilidade emocional, emprego, entre outros. Estudos sugerem que o câncer de mama em faixas etárias mais precoces, no período pré-menopausa, se apresenta em estágios mais avançados, com subtipos moleculares mais agressivos e piores prognósticos, o que compromete a sobrevida global e livre de doença dessas pacientes. A maioria dos cânceres de mama em pacientes abaixo dos 50 anos se apresentam palpáveis, com tamanhos maiores, e a idade jovem parece ser fator isolado de pior prognóstico. Vem ocorrendo, nos últimos anos, um aumento da incidência do câncer de mama nesta faixa etária nos países em desenvolvimento, o que torna fundamental uma discussão mais profunda sobre os aspectos mais importantes relacionados a esta malignidade. Os exames de rastreio são uma importante arma para o diagnóstico precoce e melhora dos desfechos destes tumores, e um questionamento importante é o fato de muitas dessas mulheres estarem fora do rastreio mamográfico por terem menos de 40 anos, e terem redução da sensibilidade da mamografia para sua detecção, pela maior incidência de mamas densas nesta população. Discutir estratégias de rastreio viáveis para estas pacientes com menos de 40 anos, e, portanto, fora do rastreio mamográfico, deve ser uma preocupação de saúde pública, além dos possíveis fatores de risco evitáveis, visto que o câncer de mama, apesar de todo o esforço, continua matando e mudando para pior a vida de milhares de vidas jovens.

Biografia do Autor

Letícia Pereira Gonçalves , UNIRIO

Membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR)

Profa. de Diagnóstico por Imagem da Faculdade Federal do Estado do RJ-Unirio

Presidente da Sociedade de Radiologia do Rio de Janeiro

Mestrado e doutorado – UFRJ

Radiologista do Hospital Federal da Lagoa, Clínica CDPI e consultório próprio de ultrassonografia e procedimentos invasivos

Membro da Comissão de Imagem da Sociedade de Mastologia do RJ

Hilton Augusto Koch, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Professor de Departamento de Medicina da PUC Rio

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Publicado

2023-07-31

Edição

Seção

Artigos de revisão