Abordagem clínica nas lombalgias: uma revisão narrativa

Autores

Palavras-chave:

dor lombar, lombalgia, raciocínio clínico, evidências, medicina personalizada

Resumo

Lombalgia abrange um espectro de diferentes tipos de dor (nociceptiva, neuropática e nociplásica, ou inespecífica) que frequentemente se sobrepõem. Os elementos que compõem a coluna lombar (tecido mole, vértebras, e articulações sacroilíacas, discos intervertebrais e estruturas neurovasculares) são propensos a diferentes estressores que podem atuar de modo concomitante. O desafio na prática clínica está relacionado aos inúmeros fatores etiológicos associados e à baixa especificidade dos métodos de diagnósticos. A prevenção da lombalgia é reconhecida como um desafio fundamental em populações de alto risco para ajudar a combater os elevados custos dos cuidados de saúde relacionados à terapia e reabilitação. Em grande medida, a terapia depende da classificação da dor e geralmente começa com o autocuidado e a farmacoterapia em combinação com métodos não farmacológicos e métodos farmacológicos. Embora globalmente reconhecida como um importante desafio de saúde e por seu impacto socioeconômico com um aumento esperado na prevalência, a lombalgia continua a requerer melhoria nos aspectos diagnósticos e terapêuticos. Pesquisas futuras sobre a lombalgia devem se concentrar em melhorar a precisão e a objetividade das avaliações diagnósticas e desenvolver algoritmos de tratamento que considerem fatores biológicos, psicológicos e sociais de modo integrado. Este artigo de revisão narrativa aborda a síndrome de lombalgia sob a perspectiva da sua interação dinâmica entre fatores sociais, fatores psicológicos e biológicos que podem predispor a lesões ou delas resultar, e que devem ser considerados ao elaborar planos de tratamento interdisciplinares.

Biografia do Autor

Mirhelen Mendes de Abreu, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Professora de Reumatologia – UFRJ

Mestre e Doutora pela UNIFESP

Pós-doutorado em Reumatologia pela Universidade de Harvard

Pesquisadora Visitante do Departamento de Reumatologia do Brigham and Women’s Hospital. Escola de Medicina da Universidade de Harvard

Referências

Kongsted A, Kent P, Axen I, Downie AS, Dunn KM. What have we learned from ten years of trajectory research in low back pain? BMC Musculoskelet Disord 2016; 17: 220.

Itz CJ, Geurts JW, van Kleef M, Nelemans P. Clinical course of non-specific low back pain: a systematic review of prospective cohort studies set in primary care. Eur J Pain 2013; 17: 5-15.

Melzack R, Casey K. Sensory, motivational, and central control determinants of pain. In: Kenshalo D, ed. The Skin Senses. Springfield, IL: Charles C Thomas, 1968: 423–43.

Lall MP, Restrepo E. The biopsychosocial model of low back pain and patient-centered outcomes following lumbar fusion. Orthop Nurs 2017; 36: 213-21.

Mutubuki EN, Luitjens MA, Maas ET, et al. Predictive factors of high societal costs among chronic low back pain patients. Eur J Pain 2020; 24: 325–37.

Carregaro RL, Tottoli CR, Rodrigues DdS, Bosmans JE, da Silva EN, van Tulder M (2020) Low back pain should be considered a health and research priority in Brazil: Lost productivity and healthcare costs between 2012 to 2016. PLoS ONE 15(4): e0230902. https://doi.org/10.1371/journal. pone.0230902

Vlaeyen JWS, Crombez G. Behavioral conceptualization and treatment of chronic pain. Annu Rev Clin Psychol 2020; 16: 187-212.

Battié MC, Joshi AB, Gibbons LE, ISSLS Degenerative Spinal Phenotypes Group. Degenerative disc disease: what is in a name? Spine 2019; 44: 1523–29.

Maetzel A, Li L. The economic burden of low back pain: a review of studies published between 1996 and 2001. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2002;16:23-30.

Carvalho-E-Silva APMC, Harmer AR, Pinheiro MB, et al. Does the heritability of chronic low back pain depend on how the condition is assessed? Eur J Pain 2019; 23: 1712–22.

Brazil AV, Ximenes AC, Radu AS, Fernandes AR, Appel C, Maçaneiro CH, et al. Diagnóstico e tratamento das lombalgias e lombociatalgias. Rev Brasil Reumatol 2004; 44 (6): 419-25.

Patel ND, Broderick DF, Burns J, et al. ACR appropriateness criteria low back pain. J Am Coll Radiol 2016; 13: 1069-78.

Premkumar A, Godfrey W, Gottschalk MB, Boden SD. Red flags for low back pain are not always really red: a prospective evaluation of the clinical utility of commonly used screening questions for low back pain. J Bone Joint Surg Am 2018; 100: 368-74.

Anheyer D, Haller H, Barth J, Lauche R, Dobos G, Cramer H. Mindfulness-based stress reduction for treating low back pain: a systematic review and meta-analysis. Ann Intern Med 2017; 166: 799-807.

Oliveira CB, Maher CG, Pinto RZ, et al. Clinical practice guidelines for the management of non-specific low back pain in primary care: an updated overview. Eur Spine J 2018; 27: 2791–803.

Chou R, Qaseem A, Owens DK, Shekelle P. Diagnostic imaging for low back pain: advice for high-value health care from the American College of Physicians. Ann Intern Med 2011; 154: 181–89.

Downloads

Publicado

2023-07-31

Edição

Seção

Artigos de revisão